2º Encontro Científico RBG

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VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DA SALINIDADE DA ÁGUA INTERSTICIAL DOS MANGUEZAIS DA REGIÃO DE GUARATIBA (RIO DE JANEIRO)

 VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DA SALINIDADE DA ÁGUA INTERSTICIAL DOS MANGUEZAIS DA REGIÃO DE GUARATIBA (RIO DE JANEIRO)


Marciel Rocha de Medeiros Estevam1; BrunnaTomaino de Souza¹,²; Michelle Passos Araújo¹,²; Carolina dos Santos Cardoso¹,²; Breno Henrique de Souza; Filipe de Oliveira Chaves2; Mário Luiz Gomes Soares²

1- Instituto Marinho para o Equilíbrio Socioambiental – Instituto Marés

2- Núcleo de Estudos em Manguezais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – NEMA/UERJ

E-mail: marciel.estevam@gmail.com


Resumo

Conhecer a fisioquímica do substrato é importante para entender a dinâmica dos manguezais. Frequentemente as espécies vegetais ocupam zonas paralelas à linha de costa e/ou outro corpo hídrico. Esta distribuição associada a fatores locais determinam os tipos fisiográficos e zonação das espécies. Clima seco ou sazonalmente seco, associado a variações na frequência de inundação pelas marés, determinam a ocorrência de planícies hipersalinas. Para analisar o comportamento da salinidade no gradiente de inundação pelas marés em Guaratiba, foram determinadas estações de amostragens distribuídas em dois transectos desde o corpo hídrico até a parte superior da planície de maré: T1 – Rio Piracão (2 franjas, 3 bacias, 3 transição e 4 planície hipersalina) e T2 – Baía de Sepetiba (2 franjas, 5 bacias, 2 transição e 3 planície hipersalina). Cada estação possui três tubos de PVC de 2pol e 60cm com furos na base. O monitoramento consistiu em medições trimestrais da salinidade da água presente nos tubos. T1 foi iniciado em 1996 e T2 em 2001, ambos monitorados até 2016. A salinidade variou de 20,8 ±5,6 a 103,2 ±8,6 em T1 e de 39,3 ±4,1 a 127,7 ±12,5 em T2, mostrando gradiente significativo de aumento no sentido franja-planície hipersalina (franja<bacia<transição<planície hipersalina). A salinidade apresentou comportamentos distintos entre transectos e zonas. Franja e bacia de T1 apresentaram tendência linear de elevação da salinidade, fato não observado para franja de T2. Bacia de T2 registrou elevação em 2 pontos, redução em 1 e sem tendência em 2. Transição de T1 apenas o ponto mais próximo à floresta apresentou tendência significativa de aumento, enquanto em T2 o ponto mais interno à floresta apresentou redução e o mais externo elevação. Um ponto da planície hipersalina de T1 apresentou tendência de redução e em T2 ambos os pontos apresentaram redução. Anão significância nas tendências lineares pode estar associada à presença de ciclos climáticos (aumento/redução de chuvas). Alterações na salinidade e tendências de redução nos pontos de transição e planície hipersalina levam à amenização do rigor salino nestas zonas que favorecem a colonização por espécies de mangue em áreas antes desprovidas de vegetação (planície hipersalina).


Palavras-chave: Florestas de Mangue, Planície Hipersalina, Apicum, Zonação, Planície de Maré.

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Modalidade de apresentação: Escrita

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