EXTRAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FTALATOS EM DIFERENTES SUBSTRATOS DO MANGUEZAL, NA RESERVA BIOLÓGICA ESTADUAL DE GUARATIBA, RJ, BRASIL
Amanda Letícia da Silva Pontes1,3;Antonio Jorge Ribeiro da Silva1;
Filipe de Oliveira Chaves2; Catharina Eccard Fingolo3;
Maria Auxiliadora Coelho Kaplan1.
1- Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais, IPPN - UFRJ;
2- Núcleo de Estudos em Manguezais, NEMA - UERJ;
3- Laboratório de Tecnologia em Produtos Naturais, LTPNat - UEZO.
E-mail: amandaletponts@gmail.com
Resumo
A poluição em áreas de manguezal representa uma grande ameaça ao ecossistema, principalmente pela grande presença de resíduos sólidos1. A produção mundial de ftalatos ultrapassa cinco milhões de toneladas por ano2. Os ftalatos são contaminantes que podem chegar à natureza de forma direta ou indireta durante a produção, uso e/ou descarte de materiais plásticos3, afetando o crescimento das plantas, interferindo na fotossíntese, aumentam o estresse oxidativo e as espécies reativas de oxigênio4. O uso extensivo de materiais plásticos em nossa sociedade tem levado ao acúmulo de ftalatos no ar, na água, nos sedimentos, nos solos, nas plantas, nos alimentos, na biota e no organismo humano. As espécies do gênero Avicennia podem absorver contaminantes e transportá-los para as folhas5. O objetivo deste trabalho foi apresentar a contaminação ambiental em água, sedimentos e folhas, através da extração e identificação de ftalatos nestes substratos coletados no manguezal da Reserva Biológica Estadual de Guaratiba. Foram analisadas folhas de Avicennia schaueriana frescas e secas-sistema da serapilheira (2017); água do Rio Piracão e sedimentos das florestas de mangue. Das folhas frescas foram isolados o ftalato de bis-isobutila e o ftalato de bis-2-etil-hexila. Das folhas da serapilheira foram obtidos: ftalato de bis-isobutila, ftalato de bis-2-etil-hexila, ftalato de bis-tridecila, adipato de bis-2-etil-hexila, ftalato de butil undecila, anidrido do ácido ftálico, isoftalaldeído e ftalato de 3,5-di flúor fenila. A água do rio Piracão foi filtrada, congelada, liofilizada e analisada por CG-EM e 1H RMN, resultando na identificação do ftalato de bis-tridecila6. Os sedimentos foram analisados por CG-EM e resultaram na presença de: ftalato de bis-isobutila, ftalato de butil octila, adipato de bis-2-etil-hexila e ftalato de bis-2-etil-hexila. Esses resultados mostram que o processo de contaminação do manguezal de Guaratiba por ftalatos atingiu diversos substratos: água, sedimento e a espécie vegetal Avicennia schaueriana. Tal informação é alarmante, pois aponta para uma contaminação de maneira indireta em diversos compartimentos da árvore e que pode ser transferido para outras partes do ecossistema.
Palavras-chave: Contaminantes plásticos, Avicennia schaueriana, sedimentos, água, folhas.
No texto, quando diz as espécies de aviccenea fala no plural. Considerando a incidência maior dessa planta (aviccenea shaueriana). Isso quer dizer que a contaminação por ftalatos acontece em todo o ecosssitema do manguezal?E de que maneira isso poderia se propagar para o organismo humano?
ResponderExcluirObrigado.
Boa noite, quando falamos sobre a absorção de contaminantes pelo gênero Avicennia são dados obtidos de outras pesquisas científicas que descrevem a absorção por outras espécies do gênero Avicennia por meio do acúmulo em glândulas salinas. Em relação a contaminação por ftalatos, pode sim ocorrer em todo o ecossistema se considerarmos os resultados da ocorrência em folhas, sedimentos e água, além do fato de ser um ecossistema dinâmico e frequentemente influenciado pelo regime de marés e variações sazonais. No organismo humano pode chegar na utilização de materiais plásticos, consumo de alimento, água ou plantas contaminadas com ftalatos. Com características lipofilicas podem ser facilmente absorvidos no organismo humano.
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